24 de julho de 2009

Pensemos um pouco...

Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.
"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
Passe adiante! Precisamos começar JÁ!

Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...

15 de julho de 2009

Pré-encontros Enecom 2009


Para participar do Encontro não é obrigatório ser estudante de Comunicação Social, visto que a Enecos compreende que profissionais, estudiosos e estudantes de diversas áreas devem debater a comunicação, sob a compreensão desta como direito. Entretanto, para entender melhor a dinâmica do Encontro, contribuir para a sua construção e facilitar o desenvolvimento das atividades, sempre fundamentadas nos princípios de auto-gestão, coletividade e cooperação, é necessário que o estudante interessado em participar do Encontro participe dos pré-encontros. Em Salvador já houve dois pré-encontros, o primeiro em 16 de junho e o segundo em 11 de julho. O terceiro pré-encontro ocorrerá hoje, dia 15 de julho, às 18h no campus da Lapa da Ucsal – Universidade Católica do Salvador. O último será dia 18, sábado, às 14h. O local ainda será divulgado.

Enecom 2009

De 24 a 31 de julho de 2009 a UFC – Universidade Federal do Ceará será sede da 30ª edição do Enecom – Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, principal espaço de formação e diálogo entre os estudantes da área e a Enecos – Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social. Sob o título "Sociedade em (des)construção – faça da sua indignação a sua comunicação" o encontro propõe debater a construção da sociedade através da comunicação. Durante os oito dias de Enecom os estudantes participarão de atividades como palestras, mini-cursos, núcleos de vivência e intervenções artísticas e culturais. O Projeto do Encontro foi desenvolvido por estudantes de Fortaleza e apresenta-se como relevante em função da riqueza temática, por sua importância social e mesmo pela adequação deste tema à atual conjuntura nacional, vide a Confecom – Conferência Nacional de Comunicação.

As inscrições
As pré-inscrições para o Enecom 2009 foram até o dia 20 de junho. As inscrições são até hoje, 15 de julho. Na Bahia as inscrições serão realizadas sob a coordenação do Coletivo Enecos Bahia, que atua nas cidades de Salvador, Juazeiro, Vitória da Conquista, Ilhéus e, recentemente, Conceição do Coité. Para os interessados há quatro modalidades de inscrições:
A – programação + alimentação + alojamento: R$120
B – programação + alimentação: R$70
C – programação + alojamento: R$70
D – programação: R$40

No próximo post informações sobre os pré-encontros.
Para mais informações acesse http://enecom2009.blogspot.com/

13 de julho de 2009

A próxima etapa


Após discussões, debates, construções, conversas e descobertas, em 03 de maio de 2009, o Erecom 2009 chegou ao fim. Isso não significa que todas as construções tenham chegado ao fim também. Ao contrário, a experiência estimula as lutas e caminhadas, fortalece o grupo e agrega pessoas. Então... Parabéns para quem contribuiu para a construção desse Encontro. Agora, que venha o Enecom 2009!

Dando continuidade ao Erecom...


Um dos espaços mais esperados e proveitosos do Erecom NE1 2009 foi o Mosquemom – Mostre o seu que eu mostro o meu. O projeto surgiu em 2005 com o objetivo de desenvolver a análise de documentos e discursos acerca das propostas pedagógicas e curriculares dos cursos de Comunicação de todo o Brasil. Os debates foram desenvolvidos em grupos, a partir de temáticas como qualidade e formação docente; democracia e avaliação institucional; extensão; pesquisa; disciplinas e fluxograma; habilitações; laboratórios; assitência estudantil e estágio.

Sobre a questão da democracia interna foi possível observar, a partir das falas dos estudantes, que os jovens das uiversidades públicas demonstraram desejo político maior que os das instituições privadas, além de maior inconformismo ante as atuais condições das universidades públicas. No entanto, falta organização estudantil. Já nas instituições privadas são poucos os estudantes que se interessam por resolver os problemas que atingem a todos. A movimentação se torna ainda mais difícil quando conseguem organizar um DA (Diretório Acadêmico) ou CA (Centro Acadêmico), uma vez que a instituição costuma tentar dificultar as movimentações.
Os estudantes criticaram, ainda, as atuações dos Colegiados de Curso, já que muitos não percebem esta instância como um espaço que contemple os anseios estudantis; e demonstram desconhecimento, em geral, sobre os estatutos e regimentos das Instituições das quais fazem parte. Os processos eleitorais ou seletivos das gestões das instituições de ensino foram avaliados como insatisfatórios, tanto nas escolas públicas quanto nas privadas, visto que naquelas não há equivalência entre os votos de discentes, docentes e técnicos; e nestas as indicações fundamentam-se no critério da “posse” (quem manda é o dono).

As discussões foram intensas e produtivas. Não há como reproduzí-las aqui. Então, fica um breve registro... E que sirva de incentivo para os leitores participarem dos próximos Encontros.

23 de junho de 2009

Erecom NE1 2009? Foi em Conkas. E foi nota 1000!!!

Foi só o Cobrecos 2009 acabar e o Coletivo Enecos Bahia já começou os preparativos para o Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação – Erecom. Este ano o Erecom da Regional NE1 (Bahia, Sergipe e Alagoas), sob o título A praça é do povo! Democratização já! Por um sistema público de Radiodifusão, discutiu a comunicação pública no Brasil. O Erecom NE1 aconteceu entre os dias 30 de abril e 03 de maio, e teve como sede a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.

Durante o Encontro houve discussões sobre comunicação pública, cultura popular, comunicação alternativa, políticas públicas de comunicação, comunicação digital, mídia e criminalização dos movimentos sociais, veículos universitários e muito mais. O Erecom contou ainda com espaços criativos como as oficinas sobre contrapropaganda, teatro do oprimido, produção de vídeo, elaboração de projetos culturais, fotografia, artesanato, entre outras. Mas não foi “só” isso!

As discussões sobre os cursos de graduação em Comunicação Social no Brasil, espaços em os estudantes tiveram a oportunidade de debater e trocar informações sobre variadas instituições de ensino, habilitações, fluxogramas dos cursos e a dinâmica destes, também deram o que falar. O projeto Mosquemom (Mostre o Seu Que Eu Mostro o Meu) dessa vez foi M-A-R-A!

Para facilitar ainda mais a integração entre os participantes do Erecom NE1 2009 durante todas as noites de Encontro aconteceram as Culturais. Shows, intervenções cênicas, exposições fotográficas e outras atrações.

Ufa! Muita coisa! Mas não acabamos não. Espera que vem mais novidade por aí.

22 de junho de 2009

O Cobrecos 2009 acabou, mas...

Depois de grupos de estudo, rodas de discussão, vivências e muitas plenárias... O Cobrecos 2009 acabou.

Felizmente, em 2010 tem mais!!! Enquanto isso...


Ratificam-se as nossas bandeiras, crenças, valores e ideais...

Ficam as lembranças das amizades...


Dos momentos de integração...

Das descobertas ...


Especialmente, das descobertas sobre o quanto podemos realizar e construir...

Quando nos unimos...
...

Por enquanto, deixamos um abraço coletivo...

Com a certeza de que...
"A luta é como um círculo.
Pode começar em qualquer ponto, mas não termina nunca!"

Ilha de Maré no Cobrecos 2009


Ilha de Maré: Relato de Vivência

Por Janine Falcão - UNEB/ Salvador/BA

Durante o XVI Cobrecos, realizado em Salvador, os congressistas participaram de vivências em comunidades com perfis diversos. Ilha de Maré, área que incuba mobilizações de pescadores e marisqueiras, foi uma dessas comunidades.

A Ilha, que está localizada na baia de Todos os Santos, é dona de uma biodiversidade que reúne mar, mangue e mata. Seu território pertence a Salvador, o que torna os Poderes Executivo e Legislativo da capital baiana responsáveis pela administração da localidade. E a região conta com a atuação de associações que tem como fim dialogar sobre os conflitos e as necessidades locais; além de buscar soluções para estas questões ou impasses, seja a partir de atuações naquele micro ambiente ou a partir de medidas que visem a chamar a atenção dos órgãos públicos (costumeiramente atentos, quando muito, às necessidades expostas pela capital).

A Vivência
A experiência em Ilha de Maré foi intensa, instigante e contraditória. Foi possível observar sem máscaras, preparativos ou quaisquer adaptações à nossa chegada, o que é a realidade local.

A nossa chegada à Ilha foi, no mínimo, atípica. Após cerca de uma hora e meia cumprindo o trajeto da viagem, considerando ônibus e travessia de barco, deparamo-nos com uma região “problemática” (se observada a partir do referencial urbano, industrial, moderno e tecnológico que impera nas grandes cidades, especialmente, em cidades como Salvador, beneficiadas com Planos Diretores futuristas, progressistas e, por que não, oportunistas) . Sob uma forte chuva olhávamos pequenas construções com inacabadas, tetos baixos e esgoto a céu aberto. [...] Caminhando entre as casas que se apresentaram no início da Ilha era perceptível a discrepância entre aquela região e as áreas nobres dos centros urbanos. Discrepância ratificada quando após cerca de 30 minutos de caminhada, depois de passagem estreitas com muros à esquerda e mata a direita, avistamos um mar digno da exclamação: Perfeito!

A paisagem era bela e andando pela areia dava até para esquecer questões como mobilização, política, movimentos sociais etc. [...] Mas o encanto não nos impediu de tornar à realidade. Sim. A modernidade, diferente do que inicialmente pareceu, chegou à Ilha de Maré. Com quilos de ferro, longas extensões de plataforma, contentores, encanamentos e muita fumaça.

O Porto de Aratu atua no fornecimento de cargas – produtos líquidos, sólidos e gasosos – para o Pólo Petroquímico de Camaçari, o Centro Industrial de Aratu (CIA) e o Complexo da Ford de Camaçari. Instalado à costa leste da Ilha de Maré desde 1975 a organização mantém uma relação complexa com a população local. Pelos relatos dos moradores não são desenvolvidos na área projetos ou políticas visando ao desenvolvimento local, ao beneficiamento dos cidadãos da Ilha, à preservação da região ou qualquer ação dita, conforme os vocábulos na contemporaneidade politicamente adequados, socialmente responsável. [...].

Mais um fator que tem agravado a relação entre o Porto e os moradores da Ilha são as interferências que as atividades do Porto têm ocasionado nas principais atividades econômicas da região: a pesca e a mariscagem. Novamente segundo moradores o número de peixes e mariscos vem caindo anualmente, o que acredita-se ser uma conseqüência da manipulação de poluentes na região. [...].

Deixando o Porto e seguindo em direção ao mangue notamos as raízes aéreas, a areia fofa, as pequenas “piscinas” naturais e sentimos os nossos pés afundando no mangue. Visões e sensações que fizeram daquele momento uma espécie de descobrimento para grande parte do grupo. Como se não bastasse, os pequenos caranguejos que formavam um tapete levemente avermelhado pelo qual nossos pés escorregavam davam àquela vivência uma aura mágica. Podíamos acompanhar o início da vida no mangue, o início da vida na Ilha. Isso seria esplendoroso não fosse o descaso com a vida dos seres humanos que vivem do mangue.

Para quem nasce em Ilha de Maré e pretende manter-se na região, cultivando as tradições, a cultura, os hábitos, não há muitas opções que distem do mangue ou do mar. Os homens, quase sempre, tornam-se pescadores. As mulheres, quase sempre, assumem-se marisqueiras. Ambos buscam sempre o sustento de suas famílias e o cultivo de suas tradições.

Enquanto os pais vão pescar e as mães mariscar seus filhos se divertem na imensidão da Ilha, sem tomar conhecimento dos perigos que esta guarda. Durante a maré baixa é possível improvisar campo de futebol, quadra de vôlei, espaço para brincar com os amigos e ver o tempo passar. Quando a maré enche a história é outra... O risco de afogamento é grande, e o temor dos pais também, sobretudo porque alguns já tiveram seus filhos inesperadamente, levados pela maré... [...].

As condições de acesso e circulação na região são precárias. Não há vias delimitadas, trilhas sinalizadas ou quaisquer outros meios que possibilitem caminhadas pelo local de forma confortável ou segura. Durante a vivência passamos por áreas ora estreitas, ora altas e sem proteção, e mesmo por troncos de árvores utilizados de forma improvisada como pontes. Nota-se, portanto, que pessoas com dificuldades de locomoção, seja por uma deficiência ou por idade, bem como crianças, estão sujeitas a acidentes durante o trajeto proposto ao grupo. Isso para não dizer que em alguns casos o deslocamento é praticamente inviável, considerando, por exemplo, que alguém que utilize cadeira de rodas não teria como passar por um tronco de árvore. As condições (ou seria a falta?) de deslocamento na região acabam por cercear o direito constitucional de ir e vir, garantido pela Carta Magna em que consiste a Constituição Federal, a todo cidadão brasileiro.

Seguimos a nossa caminhada. [...]. Incessantemente éramos confrontados: de um lado a fadiga e o desgaste, do outro as belas paisagens que pareciam querer servir como recompensa. Decerto que para quem já “está habituado” é muito mais fácil que para nós, inexperientes, percorrer as nove comunidades que compõem a Ilha de Maré. Entretanto, “estar habituado” não pode ser justificativa para a omissão do Poder Público. [...]

Durante toda a nossa caminhada não vimos hospitais, nem mesmo um pequeno posto de saúde, o que permite-nos insinuar que em uma situação emergencial o cidadão e a cidadã de Ilha de Maré terão o direito à saúde e a vida negados, visto que dependendo da razão pela qual o atendimento médico necessite ser acionado, o tempo de deslocamento até o hospital mais próximo seria superior ao que o indivíduo suportaria aguardar.

Na Ilha não há a invasão por computadores, internet, vídeo games, celulares. As crianças ainda tem alguma infância, e brincam de correr, de empinar pipa, de roda, gude e bola... Numa dessas distraídas ocasiões, uma criança acabou sendo vitimada ao não conseguir atravessar para o lado oposto ao mar durante a cheia da maré, que ocorre todo fim de tarde (daí o nome Ilha de Maré). Sensibilizados pela perda e indignados com a ausência do Poder Público na região, os moradores uniram-se para construir a escola creche comunitária. O objetivo era que este espaço fosse, como, aliás, tem sido, uma ambiente em que as crianças tanto pudessem ser educadas formalmente, quanto cuidadas na ausência de seus pais, evitando as possibilidades de novos acidentes.

A luta pela construção da creche escola, já que as escolas públicas de Salvador só aceitam crianças a partir de 07 anos e as mães precisavam deixar seus filhos para mariscar, contou com o apoio de uma instituição chamada Ágata. E foi a partir dessa parceria que os moradores da Ilha de Maré conseguiram construir e hoje mantêm a única creche da região, que funciona com ajuda de voluntários da comunidade e de professores contratados com verba disponibilizada pela Ágata.

A biodiversidade da região apesar de não conseguir atrair a administração municipal atrai a atenção de turistas e daqueles que investem no setor. Entretanto, consciente do qual invasiva pode ser esta atividade, sobretudo quando desenvolvida a partir da perspectiva meramente econômica, o movimento de pescadores e marisqueiras da Ilha de Maré tem buscado alternativas turísticas.

A associação mantém o diálogo constante com a comunidade a fim de preservar as características locais, bem como desenvolver um processo educativo amplo por meio do qual a região seja valorizada pelos moradores e, logo, tenha maior possibilidade de ser preservada ante as iniciativas oportunistas de investimentos turísticos. Da mesma forma, por se tratar de uma área que congrega mar, mangue e mata tem-se buscado o desenvolvimento da atividade turística visando à minimização da agressão ao meio ambiente. [...]

Mobilização em Ilha de Maré
Apesar das dificuldades apontadas a Ilha de Maré conta com a atuação do crescente movimento de pescadores e marisqueiras. É verdade que não há unidade entre as nove comunidade que habitam a Ilha, uma vez que enquanto aproximadamente seis comunidades lutam, por exemplo, para serem reconhecidas como comunidades quilombolas as demais não tem interesse nesse reconhecimento.

Foi possível observar que as relações de poder, bem como os interesses econômicos, são os principais motivadores para este posicionamento. As comunidades que desejam esse reconhecimento são as que aparentemente lutam para manter suas expressões culturais, artísticas, as tradições, incluindo a pesca e a mariscagem. Já as comunidades que apresentam menor identificação com esta realidade não se unem a este movimento. Ao contrário, priorizam o desenvolvimento turístico da região (longe da perspectiva anteriormente citada) e a modernização desta. São regiões que já abrigam casa maiores, quase sempre sobrados, que servem como pousadas para turistas e curiosos. O mais interessante é que, segundo moradores, muitos dos proprietários dessas pousadas são estrangeiros que fixaram-se na região e montaram o seu próprio negócio, sem ter nenhuma relação ou identificação com a cultura local e, muito menos, com as necessidades locais.

Apesar disso, o número de adeptos à associação é grande, os encontros são frequentes e o número de jovens simpatizantes ao movimento tem aumentado. Destaca-se, ainda, o fato de que a mobilização na Ilha ser liderada, essencialmente, por mulheres e em sua maioria negras.

*Imagem: Fonte Google

Relatoria da vivência no MSTB durante o Cobrecos 2009


Relatório da vivência no MSTB durante o cobrecos 2009

Por Fernanda Castro - UESB/ Vitória da Conquista/ BA

Durante as atividades do Cobrecos (Congresso Brasileiro dos Estudantes de Comunicação Social) 2009 foram realizadas vivências com os movimentos sociais em Salvador. Dentre elas uma vivência no Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB), que fica localizado no subúrbio de Salvador, na comunidade de Escada.

Saímos em direção ao local às nove horas da manhã. Inicialmente tivemos uma conversa de apresentação na sede da ocupação com uma das lideranças, que falou sobre a realidade do movimento e como se deu o processo de ocupação. Os estudantes dialogaram, fazendo perguntas e debatendo alguns temas.

Após essa conversa inicial foi apresentada ao grupo uma proposta de fazermos junto com os ocupantes um jornal mural e um fanzine. Fomos conhecer um pouco a comunidade. Primeiro conhecemos uma igreja antiga, depois uma escola comunitária. Voltamos e fomos caminhar na ocupação, que possue cerca de 400 famílias. Reunimos-nos novamente na sede para um delicioso almoço, preparado por militantes do movimento.

Posteriormente, o grupo foi subdividido, a partir de temas como educação, saneamento básico, saúde, entre outros, para conversar com os ocupantes sobre esses assuntos. Como produto dessas conversas foi feito um jornal mural que contou com a participação dos moradores, não somente nas conversas, mas também com contribuições, desenhos e pinturas.

Em seguida, assistimos matérias feitas por veículos locais de comunicação de Salvador a respeito do movimento. Depois disso, debatemos com alguns moradores como a mídia retrata o MSTB, e como eles podem trabalhar formas de comunicação para o movimento.

Finalizamos as atividades às cinco horas da tarde e retornamos ao local do encontro.

21 de junho de 2009

...Ainda sobre Paraguaçu


Poesia Quilombola

Por Mykelle Maya - UESB/ Vitória da Conquista/BA

Muito é colhido no espaçoso coração de uma comunidade Quilombola,
Lições de consciência e luta privadas de toda e qualquer escola

Lá respeita-se a terra
Cultua-se a vida
recusa-se a guerra

A Saúde brota nos galhos
De cada folha ou árvore sagrada
santas mãos de saudável natureza,

Partilham dos peixes e frutas frescas,
Colhidas aos pés de seus ancestrais
Riquezas herdadas dos velhos,
legadas aos próximos
que os façam maduros

O Respeito provindo de todos e todas no povoado,
É por direito e gratidão
a todos ofertado

Compartilham a alegria de seu samba
assim como a dor de tamanha tristeza
injustiça lhes ferem a história
Mas a inspiração descende da glória
resistência de saudosos pais.

Um lugar onde a paz ainda sobraria
Não fossem 13 fazendeiros com sede de burguesia
Não fosse a insistência de um pensar colonial
Que nexo faz ?
Que sentimentos tem?
Por um pouco mais de conforto
Paga-se quanto custar a um povo
A ascensão de um dos lados
Carece miséria e fome do oposto
Vergonha no litoral da Bahia.

E o socialismo que não nasceu, por lá não deseja morrer.
As crianças correm livres
Ninguém quer correr pra cidade
Esbarrar no progresso que semeia involução
Palavras não inventadas, vidas desviadas de seu curso original,
felicidade consumida em reais
Quem vai querer Escravizar suas horas,
por enlatados de hortas que não possuem mais?
No quilombo a fartura é de cores, cheiros e sabores
A incerteza é a da maré, dia de caça e caçador
Se faltar comida tens o amigo, se falta amor tens uns aos outros.

O caminho da fruta

O texto a seguir foi elaborado pelo estudante de Comunicação Social Fernando Rotta a partir da sua experiência na Vivência em Paraguaçu durante o Cobrecos 2009. Mais um fruto do Congresso. Boa leitura!


O caminho da fruta

Por Fernando Rotta - PUC/ Rio Grande do Sul

Caju, mangaba, jaca, umbu, esse poderia ser o grito de um vendedor em uma feira típica baiana. Mas essas frutas na verdade estão espalhadas na longínqua comunidade de São Francisco Paraguaçu. No recôncavo baiano, o pequeno distrito do município de Cachoeira, abriga cerca de 300 famílias, em sua maioria quilombolas, que vivem da pesca da e da roça.

Andando 40 minutos, mata a dentro, para conhecer um engenho do tempo da colônia, encontra-se toda a variedade de frutas possíveis e imagináveis. Gostos únicos podem ser saboreados no povoado. A alegria estampada no rosto dos habitantes locais com a visita de pessoas interessadas em conhecer a sua historia é ainda mais deliciosa que as frutas.

A história da comunidade quilombola passa-se naquele chão a mais de 300 anos. A luta pela continuidade da comunidade é constante e passa, principalmente, pela transmissão do conhecimento das origens. O trecho até o engenho é uma aula de história do Brasil. Além do conhecimento sobre as frutas, exóticas em muitas partes do país, também é possível conhecer uma igreja, construída em 1660. Ainda inteiro, o templo religioso, foi construído para os trabalhadores do engenho rezarem. O engenho hoje não existe mais, está reduzido a três colunas. Segundo um dos líderes quilombolas, o local foi destruído, por um dos mais de dez fazendeiros que desejam o fim da comunidade. O aniquilamento do prédio, aponta o quilombola, “serve para apagar a historia”. Ou seja, para dizer que não existiam escravos trabalhando ali, logo a comunidade não tem direito àquela terra.

O que realmente pode-se abstrair dessa experiência, é que a transmissão da historia não a deixa morrer e fortalece movimentos. Os moradores de São Francisco conhecem seu passado e seu orgulho de ser quilombola é visível.

Vivência em Comunidade Quilombola de São Francisco do Paraguaçu

Como já foi "dito" aqui os Núcleos de Vivência - NVs e os Estágios Interdisciplinares de Vivência - EIVs são espaços ricos e de muita aprendizagem nos Encontros Estudantis da ENECOS. Então, postaremos aqui os resumos das relatorias dos Mini-EIVs desenvolvidos durante o Cobrecos 2009 - Salvador. A primeira que mandamos é a Relatoria da Vivência na Comunidade Quilombola de São Francisco do Paraguaçu. Depois, é só comentar.



Vivência - Comunidade Quilombola de São Francisco do Paraguaçu


A Vivência teve inicio já no ônibus de ida até o Município de Cachoeira com a leitura do Manifesto de repúdio a matéria veiculada pela Globo em maio de 2007. Com isso pudemos refletir sobre o papel da mídia para com os movimentos sociais e como estes são repudiados e suas ações distorcidas pela mídia.

Quando chegamos na Vila houve uma breve apresentação d@s congressistas e d@s companheiros da comunidade que nos ajudariam na visita. O grupo se dividiu em dois sendo que o primeiro foi visitar as roças de alguns dos moradores e o segundo foi visitar o centro histórico e algumas ruínas do antigo engenho de açúcar que funcionava na ilha.

O primeiro grupo pode conhecer a roça de alguns moradores e saber mais das dificuldades que a comunidade enfrenta com a perseguição policial e dos latifundiários que reivindicam a posse das terras, além disso, pudemos saber melhor como a vila funciona. O segundo grupo também seguiu para conhecer as ruínas da antiga senzala, Casa Grande, Engenho e Igreja que até hoje está de pé. Durante o percurso @s estudantes conversaram com homens e mulheres da comunidade sobre a luta e o modo de vida na Vila de São Francisco do Paraguaçu.

Os dois grupos então voltaram para o ponto de encontro, almoçamos uma comida preparada pelos moradores e fizemos uma breve troca de experiências para cada grupo saber o que o outro grupo fez e aprendeu e para externar suas impressões. Paralelo ao debate com a comunidade acerca de algumas temáticas como criminalização dos movimentos sociais.

Depois fizemos a dinâmica da “Farinhada” e participamos da tradicional roda de capoeira e de samba como fechamento da vivencia.

20 de junho de 2009

2009 chegou! É hora de atualização



Gente!!!

2009 chegou e muita coisa já aconteceu. É verdade que estamos um pouco atrasados nas postagens aqui, mas... É hora de atualização. Então, façamos uma síntese do que já rolou até o momento...

De 11 a 18 de janeiro ocorreu em Salvador o Congresso Brasileiro dos Estudantes de Comunicação Social - Cobrecos 2oo9. O Congresso, que é a maior instância deliberativa da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social - ENECOS, teve como tema a Antropofagia. A proposta era devorar experiências por meio das quais encontramos contribuições para reestrururar o Movimento Estudantil - ME: "Nossa proposta é buscarmos elementos históricos, políticos e culturais de experiências que possam inspirar novos rumos ao movimento estudantil de comunicação. Seja na resistência dos povos originários; na luta de negros/as; em movimentos populares que sempre fizeram parte da história do país (mesmo que insistam em não contá-la); e na própria história do movimento estudantil. A idéia é aglutinar todos estes ingredientes, selecionar aqueles que podem dar um tempero especial a esta receita, preparar um grande caldeirão e devorá-lo. Reelaborá-los. Não queremos reinventar a roda. Queremos transformá-la." (Trecho do Projeto Político do Cobrecos 2009).

A partir desta perspectiva o Cobrecos reuniu estudantes de variadas habilitações do Curso de Comunicação Social, de norte a sul do Brasil. Foram Grupos de Discussão, Grupos de Estudo e Trabalho, e muitas, muitas plenárias! Vale destacar que a turma, sempre cheia de força, enfrentava as plenárias até 02h, 03h da manhã... Sério!!! Além disso, os mini-estágios de vivência também foram relevantes para os encontristas. Para quem não sabe os EIVs (Estágios Interdisciplinares de Vivência) ou NVs (Núcleos de Vivência) são espaços que permitem ao estudante ou participante o contato com realidades sociais, especialmente, a partir da ótica dos Movimentos Sociais - MS. E por meio do contato direto com os MS podemos verificar suas dificuldades, ações e as formas de organização destes movimentos.

Como não poderia faltar o Cobrecos teve também os momentos eminentemente lúdicos. As noites foram ocupadas com as Culturais. Entre uma plenária e outra nos divertimos com música, manifestações de cultura popular, mostras fotográficas e exibições de curtas. Conhecemos gente nova, fizemos amigos, dialogamos... Muita coisa boa... Não dá para "falar" sobre tudo! Fica, afinal, a certeza de que todo esforço do Coletivo ENECOS Bahia e de todos os amigos (de outros estados) que ajudaram na construção desse Cobrecos VALEU. E valeu muito! Pelo Encontro que conseguimos construir, pelos espaços que conseguimos garantir (huhu), pela participação dos encontristas, pelas construções, pelos amigos feitos e pelos que foram reafirmados. Pela ratificação das crenças, dos valores, dos ideais... Por tudo em que acreditamos.